No
Compasso da Dureza
Lygia
Roncel ou Clarice Lispector? “O Olho da Rua” ou “A Hora da Estrela”?
Leio um conto e parece que li um romance com tudo dentro, bem dentro, com um
fantástico psicológico, parecendo ilógico, com o cruel do tormento de um
momento.
Das páginas no papel, de um espaço medido no blog, um conto brotado no comparar
metafórico da violência grandecitadina, breve como um tiro, bruto como o cair
de um prédio de dez andares, enquanto tudo acontece: as lembranças claras do
claro domingo de sol, o único verdadeiro, ferido e terminal amor... Dessas
páginas, desse blog, brotando gerundicamente um sangue assassino, um sangue
suicida, ou acidental na fuga...
Um abraço! O abraço do laço gerativo de mãe! No momento derradeiro, a volta do
menino travesso, do menino sem pai, do menino fruto sistêmico de uma sociedade
dedo-dura, de uma visão lispectoriana, não, roncelina.
A consciência, de repente, acorda na sarjeta abismática, acorda no instante do
apagar-se para ir com o vento para fora do mundo cheio de sol, vermelho de fogo
da paixão e de sangue afogador de todos os sonhos.
Ler um conto como “O Olho da Rua” faz não refletir, num soco somente leva à
constatação de que a vida vale a pena, nem que seja um breve momento de triste
despedida. Acontece tudo em breve compasso de dureza.
Roque Aloisio Weschenfelder
Fiquei muito honrado com a incumbência de fazer este comentário acerca do conto "no olho da rua".
ResponderExcluirAgradeço ao amigo Ênio pela deferência.
o conto "o olho da rua" de lygia roncel, pela força da literatura plena, merecia mesmo um cometário do mestre.
ResponderExcluirviva!